Aprendi a fazer guacamole na TV do buzu…

...na verdade, quem aprendeu foi dona Selma. Depois de eu explicar para ela o que era guacamole. Viajávamos as duas no mesmo Nazaré-Federação. Eu a caminho do trabalho e ela, voltando para casa depois de uma consulta médica. O ônibus tinha TV e entre um horóscopo com data de validade vencida e um resumo de … Continuar a ler Aprendi a fazer guacamole na TV do buzu…

Tá chovendo sacola!

Amanheci o dia com uma intimação via Facebook para ler a  mais nova crônica de uma das minhas filhas jornalísticas e que, de vez em sempre, vive seus apuros nos ônibus de Salvador. Não esperava fechar o dia tendo o que contar sobre o mesmo tema, mas Naná estava quieto demais nos últimos tempos, logo … Continuar a ler Tá chovendo sacola!

O Golpe dos R$ 10 ou A Crônica de um Cobrador Esquecidinho

Quem inventou o ditado de que um raio não cai no mesmo lugar três vezes seguida não conhecia o cobrador do horário das 16h45 de Naná (Narandiba-Hospital Geral), velho conhecido de vocês, coletivo que diariamente eu tomo na Vila Laura para ir trabalhar na Av. Tancredo Neves. É, mais uma das minhas crônicas, experiências extra-sensoriais, … Continuar a ler O Golpe dos R$ 10 ou A Crônica de um Cobrador Esquecidinho

É volante ou joystick?

O nome é Naná para os íntimos. Os íntimos são os coitados que moram na Vila Laura e dependem da linha Narandiba-Hospital Geral para chegar ao trabalho. Como sou unha e carne, batizei de Naná. É o único ônibus, dos raros que  transitam pelo bairro, que serve a quem precisa chegar à região do Iguatemi … Continuar a ler É volante ou joystick?

Vai um capacete?

Para quem ainda não cansou das minhas crônicas cotidianas sobre a arte de andar de ônibus em Salvador - acredito que o assunto renda em qualquer grande capital e qualquer meio de transporte de massa, mas no meu caso é ônibus, em Salvador -, tenho mais uma historinha para contar. Ou melhor, nem é uma … Continuar a ler Vai um capacete?

Na companhia de Oiá

Saí para trabalhar e vi Iansã. Estava vestida com uma saia vermelha, comprida, e uma camisa também vermelha. Os cabelos presos em um coque decorado por duas rosas, vermelhas e frescas. No pescoço, uma mistura de colares de prata, uma figa enorme e um colar de contas vermelhas e brancas. Nas orelhas balançavam dois brincões … Continuar a ler Na companhia de Oiá

Vou de bobes

Ela entrou no ônibus e sentou ao meu lado, muito lindinha, com uma nuvem branca na cabeça. Devia ter uns 70 anos, mais ou menos. Não havia nenhum fiozinho preto, sequer cinza, eram todos imaculadamente alvos como os lençóis das propagandas de sabão em pó. Os bobes também eram brancos. Ela cheirava a patchouli e … Continuar a ler Vou de bobes

Fragmentos de um cotidiano cinza

Da série Levando Um Choque Por Dia... Cena 1: As empresas de ônibus de Salvador possuem um nível de desrespeito com os usuários do sistema que beira o inacreditável. No bairro onde moro (profissional liberal pobre, sem carro, anda de buzu, como se diz aqui na soterópolis), é carente de linhas de transporte coletivo. Não … Continuar a ler Fragmentos de um cotidiano cinza

"O caderno de Rosário"

Rosário pegou a mania de fazer listas. Em um caderno de capa amarela, registrava as coisas que fazia na vida, tudo listado. Todos os filmes que assistiu desde os 10 anos. Por que 10 anos? Porque a memória antes dessa idade é muito confusa. Todos os namorados que teve desde os 14. Decidiu que aquelas … Continuar a ler "O caderno de Rosário"