Artigos

Cabrochas, “indigestas” e outras bossas

A representação social da mulher dos anos 30 no samba de Noel Rosa

Andreia Santana

Aluna especial do Mestrado em Cultura e Sociedade – UFBA

Disciplina: COM 556 – Cultura e Sociedade no Brasil

RESUMO

Noel Rosa é considerado “cronista” social dos anos 30, período em que houve grandes transformações históricas e econômicas no Brasil e no samba, com a sua mudança do caráter festivo original e elevação a gênero musical emblemático da brasilidade. O sistema agrário e o modo de vida rural cederam espaço cada vez maior à industrialização e urbanização dos costumes, afetando a configuração dos papeis sociais, sem, contudo, alterar as relações de gênero vigentes até então. As mudanças no contexto histórico e econômico do período provocaram alterações também no status da mulher na sociedade, embora sua representação ainda seguisse a tradição patriarcal. O objetivo do presente artigo é mostrar de que forma, um compositor atento ao seu tempo como Noel Rosa, pródigo em sambas protagonizados por mulheres, registrou de forma paradoxal as mudanças e “continuidades” na representação feminina nos anos 30.

PALAVRAS-CHAVE: música, mulher, samba, identidade, Noel Rosa.

Para ler o artigo na íntegra, o link é este

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Interatividade em radiojornalismo:

Uma análise sobre o site da rádio A TARDE FM (103.9)

Andreia Santana

Para a Pós em Jornalismo e Convergência da Faculdade Social da Bahia (FSBA)

Disciplina: Radiojornalismo e convergência midiática

RESUMO

O rádio é meio interativo por excelência desde a época em que ouvintes enviavam cartas à redação ou telefonavam às emissoras para pedir uma música, conversar com o locutor nos momentos de solidão ou mesmo fazer denúncias. Com o advento da internet e das tecnologias digitais, ampliaram-se também as possibilidades de interação com o ouvinte contemporâneo, acostumado a conviver em um ambiente multimídia em que ferramentas como Messenger, chat e SMS, além de redes sociais como Orkut e Twitter, permitem novas formas de fruição. Não basta acompanhar o programa favorito, é preciso participar dele. Neste contexto, este ensaio visa analisar o grau de interatividade oferecido aos ouvintes/internautas da rádio A TARDE FM (103.9), integrante do Grupo A TARDE, de Salvador-BA, através do seu site na internet (www.atardefm.com.br).

PALAVRAS-CHAVE: interatividade, radiojornalismo, convergência

Link para acessar a íntegra do texto

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Celular: Interatividade 24×7

Andreia Santana

Para a Pós em Jornalismo da Faculdade Social da Bahia (FSBA)

Disciplina: Novas Tecnologias e Convergência Midiática

RESUMO

Os Dispositivos Híbridos Móveis de Conexão Multirrede – DHMCM (LEMOS, 2007) configuram-se em ferramenta indispensável na atual conformação das redações convergentes, facilitando a troca de informações entre o repórter em campo e a redação física. Com o advento do jornalismo participativo, os DHMCM tornam-se ainda imprescindíveis na interação das redações convergentes com a sua audiência 24 horas por dia, sete dias na semana (24×7). O ensaio discute a interatividade no jornalismo on line e suas potencialidades a partir do website e do celular. Para isso, utiliza as experiências do portal A TARDE On Line e compara com o atual lançamento do Grupo A TARDE, o Mobi A TARDE – plataforma para distribuição de notícias por celular via site móvel e SMS.

PALAVRAS-CHAVE: jornalismo, interatividade, mobilidade.

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>>Resumos e Resenhas Acadêmicas:

*Resumo:

Texto: Para pensar a participação do público nos webjornais de referência

Autora do texto: Maria Joana Chiodelli CHAISE

Autora do resumo: Andreia Santana

O artigo Para pensar a participação do público nos webjornais de referência, de autoria da pesquisadora Maria Joana Chaise, problematiza o jornalismo cidadão, mas parte de uma análise mais abrangente das novas relações entre os meios e os usuários. A emergência das novas tecnologias altera as relações entre os sujeitos e as mídias, a internet passa a ser vista como grande difusor da liberdade de emissão e intercâmbio de conteúdos. E essas interferências externas repercutem na rotina jornalística.

O usuário torna-se fonte de produção de conteúdo e a autora analisa os diversos perfis dessa nova audiência, citando os “leitores testemunhas (Martins Silva, 2002), leitores protagonistas (Fausto Neto, 2008) ou leitores cidadãos (Targino, 2009)”. Oferecem suporte teórico ainda às explanações de Chaise, o conceito de liberação do pólo emissor (Lemos) e o principio de construção coletiva da Web 2.0 (Primo).

“Alex Primo (2006) caracteriza a web 2.0 como potencializadora das formas de publicação, compartilhamento e organização de informações. Considera também que ela amplia os espaços para a interação entre os participantes do processo, potencializando o trabalho coletivo, de troca efetiva, de produção e circulação de informações, de construção social e de conhecimento, tudo isso com apoio da informática” (CHAISE, 2009).

A autora trabalha o conceito de jornalismo participativo e interativo, enfatizando que a interatividade altera a lógica de produção de um veículo de massa para o público e oferece ao receptor a possibilidade de também produzir conteúdo. Para Chaise, o jornalismo alcança a possibilidade de interatividade a partir da sua própria evolução na web. Nos primórdios, em que o webjornalismo era mera transposição de conteúdo impresso, não havia tanta possibilidade de interação, a não ser através da leitura. Com a web 2.0 e a evolução dos sites noticiosos, abre-se a possibilidade da interação constante do usuário.

”O termo interatividade não nos remete necessariamente a algo novo. Os suportes tradicionais já disponibilizavam possibilidades de participação do público para interagirem com o meio, seja pelo contato com a redação para a sugestão de pautas até a participação por telefone em programas de rádio ou o envio de cartas para as sessões dos impressos. Entretanto, nos meios digitais, essa participação é potencializada e acaba por criar novas possibilidades disponíveis ao público” (CHAISE, 2009).

A transformação do status do leitor em protagonista, segundo Chaise, é uma das conseqüências da midiatização, conceito que ela adota de Muniz Sodré: “modos tradicionais de socialização combinam-se com a tecnologia e formam a base da midiatização”. No entanto, embora a participação da audiência na cobertura seja uma conseqüência dessas novas combinações de socialização e uma tendência da própria evolução do webjornalismo, o detentor de sentido ainda é o veículo. Apesar de o leitor emitir sua mensagem, ela é selecionada e reconfigurada pelo veículo. Os sistemas de controle, por outro lado, interferem – no sentido de limitar – na produção do usuário para os chamados webjornais de referência.

Significa que a participação do leitor ainda é condicionada à intervenção do veículo. Por outro lado, ocorre o que a autora chama de supressão do espaço-tempo, pois o veículo, que não é onipresente, até por limitações de custo, ao incentivar a participação do leitor, passa a contar virtualmente, com repórteres-leitores espalhados por qualquer lugar, a qualquer hora.

Chaise defende ainda que a principal contribuição do leitor protagonista não é fornecer informação pouco apurada, como acreditam outros teóricos como Silvia Moretzsohn, para quem o jornalismo cidadão configura-se em mito, mas na possibilidade do veículo se empenhar mais em repensar a sua agenda, tematizando a cobertura sob outra ótica.

”Num primeiro momento, a participação desta antiga audiência pode ser compreendida como tendo o objetivo de descentralizar a emissão de informações e oportunizar que outras vozes sejam incorporadas ao espaço público. Ou seja, o webjornalismo participativo, do qual emerge o leitor protagonista ou o leitor cidadão, proporcionaria uma amplitude de vozes no ciberespaço” (CHAISE, 2009).

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*Resenha:

Infografia ONLINE: Narrativa intermídia

Autora do texto: Raquel Longhi

Autores da resenha: Andreia Santana e Rodrigo Carreiro

A consolidação da credibilidade do jornalismo na Internet para obtenção de informação trouxe consigo diversas implicações, tanto operacionais e empresariais, quanto de produção e distribuição de conteúdo. Sobre esses dois últimos fatores, especificamente, a pesquisadora Raquel Longhi trata no artigo Infografia ONLINE: Narrativa intermídia, traçando um panorama das novas apropriações e aplicações da infografia no meio digital.

Partindo do princípio de que os meios já apontam para um ambiente de convergência midiática, Longhi reconhece que esse cenário influi diretamente em duas esferas da comunicação: produção e distribuição. Essa última no sentido da linguagem, ou seja, para o ambiente WWW a forma como se conta uma história muda substancialmente e, consequentemente, leva consigo também a maneira como o fato jornalístico chega aos leitores/internautas (distribuição). No artigo analisado, a autora dá mais ênfase a essa última característica e aponta que o “espaço cibernético para a informação é aglutinador de vários tipos de meios de comunicação”.

Nesse sentido, Longhi se aprofunda na classificação e conceituação das novas narrativas criadas para a Internet, concentrando-se mais especificamente nas infografias digitais. Antes, há de se fazer uma conceituação do que seria infografia, ferramenta que foi utilizada pela primeira vez no jornalismo em 1806 na Inglaterra (cf. TEIXEIRA, 2007). De lá para cá, muita coisa mudou na própria infografia e no jornalismo, mas ainda pode ser entendida como “qualquer representação da informação na qual elementos verbais e visuais são combinados, com o objetivo de contar uma história jornalística com clareza” (Cairo,2007); ou ainda, nas palavras da própria Longhi: “a infografia trouxe para o ato de informar a riqueza do aporte visual, trabalhando no nível do conteúdo e da forma”.

Ramón Salaverría acredita que a infografia é a área onde a evolução do jornalismo on-line se faz mais presente, chegando a detectar novas formas do fazer jornalístico neste recurso. Longhi, em seu artigo, vai mais além e defende a infografia digital como uma potencial nova linguagem intermidiática.

A internet trouxe consigo não uma ruptura com os velhos meios de comunicação de massa, mas sim potencializou suas características, como defende Marcos Palacios. É uma constatação que aponta para a futura remodelação dos meios. A internet, se utilizando de elementos do rádio, TV e impresso, cria a príncipio uma forma híbrida que tende a encontrar um caminho narrativo próprio. Nesse ponto, a autora chama a atenção para uma “contaminação” entre os meios, em que as mudanças experimentadas na Internet também influenciam os outros meios e vice-versa.

Essa estreita relação entre novos meios e velhos mídias permite configurações distintas no meio digital. Os infográficos on-line, aponta Longhi, ganham nova conotação enquanto ferramentas capazes de congregar elementos diversos dentro de uma mesma produção. Para ela, os infográficos on-line têm o poder de criar uma narrativa intermídia, que é “a fusão conceitual de meios distintos entre si, e ainda, remodelados pelas características do suporte digital. (…) Tal disposição combinada da informação é o que muda a forma de pensar o infográfico na WWW”.

Dentro do conceito de intermídia, a autora visualiza os infográficos digitais como uma conjugação, “inter-relação orgânica entre diferentes formas artísticas (midiáticas) e seus significados estéticos, reunidos em um mesmo modo de representação”. Dessa forma, infográficos on-line seriam um novo meio, que na falta de definição melhor, recebe da autora o nome de “especiais multimídia”.

Nas palavras de Alberto Cairo (2007) citadas por Longhi em seu artigo, infográficos são na sua própria natureza “múltiplos e flexíveis”. Para Salaverría (2007): “revolucionários e inovadores”, além de, em sua segunda geração na web, proporcionarem uma experiência de jornalismo imersivo e interativo, com a possibilidade de participação direta do usuário.

Longhi vê no uso dos infográficos na internet um modo de aprofundamento ainda maior da informação, numa conjugação mais extrema da forma e do conteúdo. O próprio Alberto Cairo, ao defender a clareza da informação infografada, chama atenção para o fato de que clareza e simplicidade não significam ausência de complexidade. Na Internet, com a possibilidade de interação, o infográfico necessita além de informar, propor novas experiências cognitivas ao leitor/internauta.

Para exemplificar o assunto, Longhi diferencia o infográfico on-line em duas apropriações de acordo com seu uso final. Numa primeira instância, está o modelo usual, em que há utilização de diversas mídias num só infográfico, porém sem diálogo entre elas e com um distanciamento considerável. É o que acontece, por exemplo, no portal G1, que se utiliza de fotos, vídeos e textos num mesmo especial, porém sem que eles travem uma convergência conceitual nem muito menos tragam uma nova narrativa. Esse último ponto é, na verdade, a chave para o entendimento do modelo de infográfico de narrativa intermídia: ele cria uma narrativa própria, ou seja, “a fusão conceitual de meios distintos entre si”. Alguns sites já exercem o infográfico dessa forma, passando a informação jornalística para um outro patamar e utilizando todas (ou quase) características inerentes ao jornalismo on-line.

Esse é o caso dos especiais do Clarín.com. Em seu artigo, Longhi cita como exemplo um infográfico sobre os 25 anos da Guerra das Malvinas. A autora aponta claramente elementos que fazem deste conteúdo um padrão para o conceito de narrativa intermidiática: informação enriquecida (diversas camadas informacionais, de níveis diferenciados de entendimento); combinação harmônica das mídias (fusão das mídias num só ambiente “novo”); navegabilidade (possibilidade de rápido acesso às informações); e, estética (valorização da forma como o conteúdo é apresentado).

É desse modo que ela acredita que infográficos como o “Malvinas, 25 anos” consolidam-se como uma nova narrativa intermídia em busca de sua própria linguagem, “pois significa ir além da mera disposição de diferentes formas expressivas em um mesmo ambiente, operando no nível mais profundo da expressão”.

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*Resenha:

Convergência de mídias: metodologias de pesquisa e delineamento do campo brasileiro

Autora do texto: Profª Drª Elizabeth Saad Corrêa

Autora da resenha: Andreia Santana

Neste documento, apresentado durante o Seminário do Acordo de Cooperação Brasil-Espanha, em dezembro de 2007, na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/Ufba), a autora propõe a adoção de uma metodologia de pesquisa para o desenvolvimento de trabalhos científicos tendo como tema a convergência, que ela considera, por sua vez, um sub-tema do vasto campo de estudos das Ciências da Comunicação.

Na medida em que discorre sobre a adoção de um modelo epistemológico que dê mais coesão aos diversos estudos da área, a professora e doutora Elizabeth Saad Corrêa revisa as principais teorias sobre convergência ora em curso. Também apresenta conceitos tomados como parâmetro para análise das realidades das redações que convergiram 100%; iniciaram o processo recentemente; malograram na adoção da convergência como diretriz, ou ainda; que se mantêm alienadas da chamada nova ordem da prática diária do jornalismo, optando por não convergir.

Um dos aspectos mais importantes do trabalho é a ênfase da especialista na “necessidade de redobrarem-se os cuidados na abordagem de um método científico de estudo e tratamento temático”, tanto no que diz respeito à delimitação da área de estudos, quando no que confere evitar o uso de fórmulas prontas para um campo de pesquisa ainda em fase de demarcação.

A autora lembra que o termo convergência é usado desde aspectos tecnológicos até no que diz respeito à estrutura organizacional, diferentes níveis de processo de produção de conteúdos, modelos de negócios etc. Faz-se necessário estabelecer de que convergência se está falando e em que nível.

Para efeito de criação de uma metodologia tendo em vista o estudo da convergência midiática no meio jornalístico, a opção é “pela aplicação do termo nos ambientes midiáticos”. Uma vez estabelecida de que convergência se fala, surge o desafio de correlacionar os diversos aspectos que interagem e integram a convergência nas redações (desde a integração do espaço físico, passando pela produção e distribuição multiplataforma, até a capacitação dos profissionais envolvidos).

“Todos os aspectos correlatos à convergência brevemente listados apontam para a necessidade, em termos metodológicos, de construção de modelos de convergência que incluam variáveis de ordem tecnológica, estratégica, organizacional, comunicacional e narrativa.”

Para abarcar toda a multiplicidade do cenário, ou cenários, que possibilitam o desenvolvimento das redações convergentes, Elizabeth Saad Corrêa propõe, se necessário, um redesenho das teorias da comunicação, destacando-as de suas origens tradicionais de forma a possibilitar que contemplem tanto a evolução tecnológica quanto as conseqüências para as relações sociais.

A interatividade da audiência, personalização e customização dos conteúdos, seja nos meios jornalísticos ou não, configuram-se em outro recorte especifico de estudo, um sub-produto da convergência ou determinante da sua existência? Descobrir a resposta para tal indagação é um dos desafios para estudiosos da área, propõe.

Estudos de caso, comparações, benchmarking, tendo em vista as incontáveis experiências de convergência já feitas na Europa, seriam alternativas viáveis, dentro do método de pesquisa proposto pela autora, para análise da evolução do processo de integração e convergência midiática no Brasil.

Na proposta da criação de uma metodologia de pesquisa para o estudo da convergência, não falta à autora preocupação com as questões práticas do processo, tanto no que confere a adaptação dos profissionais aos novos métodos de produção, quanto com relação à sustentabilidade, em longo prazo, dos modelos adotados nas empresas do Brasil ou no exterior.

Devido à sua formação também em administração de empresas, Elizabeth Saad Corrêa entende que a convergência configura-se antes de mais nada em um novo modelo de negócios cujo maior foco de resistência, muitas vezes, está além da redação, plantado nos modelos de gestão herdados da cultura de empresas familiares que detém o controle de determinada ou determinadas mídias.

Por fim, a autora propõe uma estrutura de estudo, em quatro fases, cujas duas principais e mais diretamente ligadas à prática diária do jornalismo são: a avaliação da empresa e seu posicionamento estratégico no mercado, levando em conta principalmente os modelos de gestão adotados; e, a contextualização dessa organização (empresa) no cenário da convergência. “Quanto mais próxima da integração total uma empresa informativa estiver posicionada no espectro, maior o envolvimento de outras áreas organizacionais no processo de convergência, e maior a sua sustentabilidade e perspectivas futuras”.

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*Resumo:

“O mundo na palma da mão”, capítulo do livro Linguagens Líquidas na era da Mobilidade

Autora do texto: Lucia Santaella

Autoras do resumo: Andreia Santana e Iloma Sales

No capítulo “O mundo na palma da mão”, do livro “Linguagens Líquidas na era da Mobilidade” (2007), a autora Lucia Santaella comenta com propriedade o advento de mais um dispositivo tecnológico que transforma as relações sociais e os perfis de seus usuários.  Santaella cita a importância da mobilidade e portabilidade oferecidas pelo telefone celular e de que maneira seus usuários lidam com estes novos aparatos tecnológicos. Ela faz um contraponto com outras inovações tecnológicas que também foram um grande marco, à sua época, como o mainframe, os computadores pessoais (PCs), o rádio, a televisão, o walkman, o iPod e muitos outros dispositivos já considerados móveis àquele tempo, mas que, segundo autores citados no texto e a visão da própria autora, não causaram tamanho apelo emocional e alteração de perfis como o provocado pelo celular.

Quanto às mudanças sociais ocasionadas pelo surgimento de uma nova tecnologia, Santaella as denomina de “ecologia midiática” e explica ao dizer que a expressão sinaliza a integração total de uma mídia nas interações sociais. Frisa que as mídias, apesar de alterarem o comportamento de seus atores, que se ajustam aos novos moldes, são complementares às demais. Para a autora, apesar da chegada de uma nova mídia provocar uma resistência natural nos indivíduos, o mesmo fenômeno não ocorreu com os telefones celulares. Pelo contrário, houve uma relação afetiva causada pelo pequeno formato e as diversas funções oferecidas (portabilidade) num mesmo aparelho. Ela justifica desta forma, a expansão do consumo desses dispositivos móveis por todo o mundo.

Para alguns autores citados por Santaella, os celulares estão levando a sociedade a “uma virada dramática no nosso senso de localização, tempo, valores, ética, etiqueta e cultura” (Meyrowitz, 2003, p. 97). No texto é abordada a forma como esta nova mídia vem influenciando e afetando o comportamento dos indivíduos.  A relação de “presença-ausência” narrada pela autora, que cita György (2003, pp. 98-102) e sua descrição de “distância virtual”, além de outras dimensões percebidas como conseqüência da mudança de hábito dos usuários, é detalhada de uma maneira um tanto complexa e que requer uma leitura mais aprofundada para que se alcance o entendimento de suas colocações.

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