Os estúdios Disney não contratavam mulheres para fazer suas animações lá pelos idos das décadas de 30 e 40. Aliás, em 1942, uma mulher, Retta Scott, que trabalhava como arte-finalista, conseguiu animar uma das cenas de Bambi, mas isso depois que outros artistas do estúdio viram alguns desenhos da talentosa Retta e deram a ela essa “colherzinha de chá”. Antes dela, Mary V. Ford tentou conseguir uma vaga, mas recebeu uma carta taxativa do estúdio, que afirmava ser todo o trabalho de animação executado unicamente por homens.
Navegando dia desses pela internet, descobri essa informação no site Animatoons, que também replicou a carta que Mary recebeu da Disney (reproduzo abaixo), encontrada anos após a sua morte, por um sobrinho que compartilhou a “pérola” nas redes sociais. Embora tenha crescido assistindo aos desenhos do tio Walt, essa postura não me surpreende. Só na história recente, creio que de Mulan para cá, é que a Disney começou a fazer animações em que as protagonistas tem alguma atitude além de suspirar pelo príncipe encantado…
A carta da Disney para Mary e sua tradução, logo abaixo:
“Prezada Sra. Ford:
Sua carta foi recebida no Departamento de Arte-Finalização e Pintura para resposta.
Mulheres não fazem nenhum trabalho criativo relacionado à preparação dos desenhos animados para as telas, sendo esse trabalho executado inteiramente por jovens homens. Por esta razão, meninas não são consideradas para a escola de treinamento.
O único trabalho aberto às mulheres consiste em passar os desenhos dos personagens a limpo em folhas de celuloide com tinta indiana e pintar os desenhos no lado contrário de acordo com as instruções.
Para se candidatar a uma vaga como “arte-finalista” ou “pintora” é necessário comparecer no estúdio, trazendo amostras de trabalho com caneta, tinta e aquarela. Não seria aconselhável vir para Hollywood tendo somente esse trabalho em vista, pois há realmente pouquíssimas admissões em comparação com o número de meninas que se candidatam.”
Andreia,
Você já publicou resenha de outros leitores no seu blog? Gosto muito de ficção científica e pensei em te mandar alguma coisa sobre algo que você nunca publicou.
Oi Rafael,
Nunca tive colaboradores no Mar de Histórias, porque o blog, embora trate de literatura, é também o meu diário pessoal. É algo muito particular, minha visão de mundo, das coisas pelas quais me interesso, é quase uma extensão da minha personalidade. Não fique chateado, por favor, mas o Mar é como um filho. Ainda assim, fico muito grata pelo seu interesse. Abraços!
De maneira nenhuma. Vou continuar leitor do blog com certeza. Bjos e toda sorte do mundo!