Editoras preparam reedições de Lima Barreto

Algumas obras do escritor e jornalista Lima Barreto serão reeditadas este ano por editoras como a Companhia das Letras, aproveitando que o autor é o homenageado da Festa Literária de Parati – Flip 2017, que acontece em julho.

Pela Companhia das Letras, além de uma nova biografia, escrita por Lilia Schwarcz, chegarão às livrarias novas edições de Cemitério dos Vivos, obra póstuma inacabada do autor; Diário Íntimo e Numa e a Ninfa.

A Autêntica vai lançar a reedição da biografia A vida de Lima Barreto, de Francisco Assis Barbosa, publicada em 1952 e considerada uma das obras de referência sobre a vida do autor. Foi graças ao empenho de pesquisadores como Barbosa que a obra de Lima Barreto saiu do ostracismo.

Outras editoras que publicam Lima Barreto este ano são a e-galaxia, que organiza uma antologia das crônicas do escritor e uma coletânea de ensaios; e a Verso Brasil, que lançará uma edição revista de A Correspondência entre Monteiro Lobato e Lima Barreto, de Edgard Cavalheiro. O livro reúne cartas trocadas entre os dois de 1918 a 1922.

Minhas leituras de Lima Barreto:

Conheci Lima Barreto na adolescência, quando li Os Bruzundangas, no ensino médio. O livro, de forte conotação política e tom satírico, abriu as portas para que eu entrasse no universo desse autor. Inclusive, acho um desperdício as editoras não relançarem essa obra, que diz tanto sobre a sociedade e o Brasil atuais.

Dele, também já li o clássico Triste fim de Policarpo Quaresma, Clara dos Anjos, Recordações do escrivão Isaías Caminha e uma coletânea chamada Crônicas Escolhidas, publicada em 1995 pela Folha de São Paulo.

Entre meus textos preferidos da verve cronista de Lima Barreto está Não as matem, seu manifesto contra a violência de gênero, que saiu no jornal carioca Correio da Noite, em 1915. Reproduzi o texto aqui, nos primórdios do blog, em 2009, em um desabafo sobre os alarmantes índices de violência contra a mulher em Salvador.

Quem é:

Lima Barreto (Afonso Henriques de Lima Barreto) nasceu no Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1881, e morreu nesta mesma cidade, em 1922. Autor de romances, contos e crônicas, boa parte de sua obra só foi de fato valorizada e publicada por grandes editoras após a morte do autor, aos 41 anos. Iniciou a carreira literária publicando contos e crônicas em jornais e revistas satíricas, como a Fon Fon, no começo do século XX. O primeiro romance, de 1909, Recordações do escrivão Isaias Caminha, inicialmente saia em folhetins semanais. Na sequência, publicou Triste fim de Policarpo Quaresma, em 1911, também em folhetim. O formato livro só viria em 1915, com o autor bancando a edição. Lima Barreto também tentou três vezes se eleger para a Academia Brasileira de Letras, mas em duas delas foi recusado e na terceira, desistiu por temer outra rejeição. Ele teve uma vida bem sofrida, pontuada por dificuldades financeiras. Passou por diversas crises depressivas, agravadas pelo alcoolismo, e por internações em hospícios. Foi durante esse período que começou a escrever Cemitério dos Vivos. Hoje ele é tido como um dos maiores autores brasileiros.

*A lista de reedições das obras de Lima Barreto retirei do PublishNews

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s