Desafio: #1livroporfinaldesemana – Livro 9 – Felizmente, o leite (Neil Gaiman)

“Estávamos flutuando sobre uma paisagem de torres sombrias e castelos inquietantes. Não era um lugar amistoso. Morcegos voavam pelo céu em enormes grupos, ocultando a lua minguante…”

felizmente-o-leiteO eleito desta vez para a tag #1livroporfinaldesemana (nos dias 24 e 25/07/16) foi o infanto-juvenil Felizmente, o leite, de Neil Gaiman. O autor britânico também escreveu outras pérolas para crianças de todas as idades, como Odd e os gigantes de gelo (já resenhado aqui no blog), o belíssimo Os lobos dentro das paredes, e Coraline (escrevi sobre ele também), só para citar os meus preferidos, mas no pacote tem muitos outros que valem ser lidos…

Uma foto no Insta e uma resenha no Mar

Felizmente, o leite é uma aventura divertida e nonsense sobre cereal matinal, dinossauros cientistas e paternidade responsável. Neil Gaiman dedica o livro ao próprio pai, que contaria casos tão engraçados e malucos quanto esse; e ao filho Michael, que seria tão cético e desconfiado quanto o protagonista e narrador dessa mirabolante história.

Tudo começa com a necessidade de uma mãe sobrecarregada, igualzinha a muitas dos tempos atuais, em viajar à trabalho e deixar as crianças com o pai. Antes de sair, ela dita regras de funcionamento para a casa e a rotina dos filhos, um menino e uma menina. Na primeira manhã aos cuidados do pai, as crianças descobrem que o leite para o cereal matinal acabou e ele precisará sair para comprar. E é aí que começa a confusão.

Na busca por esse leite que é uma metáfora quase milagrosa para o que significa, de fato, ser responsável (pela casa, pela educação de uma criança, etc), o pai conhece personagens inusitados e vive situações inimagináveis, em uma jornada que inclui um antigo deus vulcão literalmente de cabeça quente, wumpiros sinistros, dinossauros astronautas e viagens para lá e para cá em máquinas do tempo construídas com materiais improváveis.

Partindo de um gancho prosaico,  Neil Gaiman constrói uma narrativa cheia de reviravoltas e significados. A  mãe super protetora e o pai cuca fresca deixam uma reflexão interessante para os leitores mais velhos sobre as relações familiares contemporâneas, o peso das responsabilidades de mulheres e homens e a necessidade de uma parceria mais afinada, leve, lúdica e com tarefas domésticas equilibradas entre mães e pais.

O filho mais velho é o narrador da história e serve de contraponto ao pai que, na tentativa de justificar para as crianças a demora em trazer o bendito leite para o café, emenda fatos rocambolescos uns nos outros sem pestanejar. Enquanto o maior desconfia que tudo não passa de “lorota”, a filha caçula embarca na viagem e deixa a imaginação correr solta. Cabe a cada leitor tirar suas conclusões com base no próprio ‘imaginômetro’.

E por falar em imaginação, as lindas ilustrações de Skottie Young transportam o leitor por todas as terras por onde esse pai e sua inseparável garrafinha de leite viajam.  Mantendo as comparações na cozinha, os desenhos de Young casam com o texto de Gaiman tal qual leite e sucrilhos…ou achocolatado!

Ficha Técnica:

leiteFelizmente, o leite

Autor: Neil Gaiman

Ilustrações: Skottie Young

Tradução: Edmo Suassuna

Editora: Rocco (Selo Jovens Leitores)

128 páginas / R$ 24,50 (no site da Rocco em 26/06/2016)

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