Sua literatura se abastece desse contato com o divino?
Toda arte nasce não do poder do artista, de sua crença ou ateísmo, mas de um dom e se é dom há que ter um doador. Para mim, divino.
A senhora acredita em transcendência por meio da poesia?
A poesia, a mais ínfima, é serva da esperança e esperança é transcendência. É a grandeza das pequenas coisas, o que não se corrompe.
Podemos dizer, então, que o elo estabelecido entre escritor e leitor é um tipo de pacto religioso?
É pacto afetivo, estético, de reconhecimento mútuo tipo “alma irmã”.
(O trecho reproduzido acima é de uma entrevista da poeta e escritora Adélia Prado para a edição de março – 180, ano 18, número 03 – da revista Bons Fluídos)