Vogue escolhe melhores lançamentos literários do mês

A edição de novembro da Vogue (a versão brasileira) listou seis lançamentos que a equipe da revista consideram os melhores do mês. Listas de melhores são sempre subjetivas, mas as escolhas de um veículo de circulação nacional sempre podem inspirar os interessados. E como dica de leitura é igual a copo d´água, não precisa esperar a visita pedir pois é obrigação do anfitrião oferecer, enumero aqui no blog as escolhas da publicação de moda, que trazem de tudo um pouco, de romance a crônica, passando por livros-reportagem:

Cidade sem sombras – J.R.Duran

Não sei se vocês sabiam, mas eu fiquei sabendo somente ao ler a matéria da Vogue, que o fotógrafo J.R. Duran é escritor de thrillers policiais e já está no terceiro livro! Cidade sem sombras conta a história de André Ferraz (vulgo Fabrizio) um anti-herói desencantado e meio bêbado, que vive errando pelo mundo. Editora Benvirá, 173 páginas, R$ 27. Fiquei curiosa em saber se Duran é tão bom escrevendo quanto é com uma câmera na mão.

A amante de Freud – Karen Mack e Jennifer Kaufman

A dupla de autoras cria uma ficção baseada no boato de que Freud teria sido amante da irmã de sua mulher. Acontece que o biógrafo do pai da psicanálise, Peter Gay, em um estudo sério e minucioso dos diários de Freud e dos diários da citada cunhada, não encontrou nenhum resquício de que os dois tivessem vivido um romance ou mesmo, como diriam os adolescentes, tivessem “ficado”. A fofoca foi iniciada por Carl Jung, mas a suposta traição nunca ficou comprovada. Enfim, esse eu dispenso, porque não tenho paciência para intrigas de alcova, mas quem se interessar, a editora é a Casa da Palavra e custa R$ 38.

A Assinatura de Todas as Coisas – Elizabeth Gilbert

Esse é da mesma autora de Comer, Rezar, Amar (que eu não li e tampouco vi o filme com a Julia Roberts, então não posso opinar se é bom ou não). Dessa vez, ao invés de se inspirar na própria vida, como no best-seller anterior, Elizabeth escreve um romance ambientado entre os séculos XVIII e XIX, sobre uma herdeira que se apaixona por um ilustrador de orquídias. A Vogue classifica o livro como ótimo, mas eu fiquei meio com o pé atrás. Muito Nora Roberts para ao meu gosto! Editora Alfaguara, 520 páginas, R$ 40.

A Casa do Céu – Amanda Lindhout e Sara Corbett

Amanda Lindhout é uma jornalista canadense que em 2008 foi sequestrada em Mogadíscio, capital da Somália, um dos países africanos que há décadas sofre com uma guerra civil que já matou 500 mil pessoas (dados da ONU). Nesse livro, Lindhout conta sofre o tempo de cativeiro (foram 15 meses), os estupros, torturas e abusos que sofreu, fala das tentativas de fuga, da fome, da solidão e doenças. Uma coisa curiosa sobre Amanda é que alguns anos após o sequestro, ela voltou à Somália, onde mantém uma ong que ajuda as mulheres do país. Para quem gosta de relatos de superação e se interessa por livros-reportagem, pode valer a pena. Editora Novo Conceito, 450 páginas, R$ 35.

O Mel de Ocara: Ler, Viajar, Comer – Ignácio de Loyola Brandão

Reúne crônicas do jornalista de 77 anos, que já publicou outros 40 livros. A temática das crônicas são outros escritores e histórias curiosas vividas por Ignário e colegas como Lygia Fagundes Teles e Rubem Fonseca. Não ficam de fora episódios de confusão literária, como quando Loyola foi chamado de José Saramago e também confundido com Ziraldo. Para mim, que sou apaixonada por crônicas, me jogaria nessa leitura, fácil! Editora Global, R$ 35.

Nu, de botas – Antonio Prata

Espécie de autorretrato do escritor, o livro parte de um episódio da infância de Prata que o faz refletir sobre o que significaria para ele ter tido uma vida diferente da que teve. Por volta dos 4, 5 anos, enquanto estava com o short arriado mirando o penico, Prata escutava a mãe escovar os dentes no banheiro, quando teve uma epifania: “e se eu fizesse xixi fora do pote”… Editora Companhia das Letras, R$ 31. EsseA  já entrou na minha lista de EU QUERO!

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