Mestre Charlie Brown

charlie brownMC – As histórias nos ensinam a lidar com coisas difíceis como o medo de crescer, o abandono, a morte?

Mário Corso – Sem dúvida. Elas nos ajudam a viver com o nosso tamanico de nada… A pessoa se sente menos só, descobre que não é a única que tropeça. Todos conhecem o Charlie Brown, ele é um perdedor, menos popular que seu cachorro. Um jogador que não ganha a partida, mas continua jogando, como é preciso fazer na vida. Ele nos auxilia muito, sem ser obra de autoajuda.

MC – Qual é sua crítica aos livros de autoajuda?

Mário Corso – Eles inflacionam a autoimportância, vendem a ilusão do poder e negam completamente o fracasso. Mas qualquer transformação real passa pelo reconhecimento de onde é que a gente erra, perde e sofre.

Diana Corso – As obras de autoajuda tentam manter o leitor numa eterna sexta-feira à noite, quando existe a promessa do gozo total. E o Charlie Brown nos ampara na depressão de domingo, quando se vê que não deu para viver mil aventuras incríveis – e é com essa pouca coisa que cada um terá de começar a semana.

*O trecho que transcrevo acima é da entrevista concedida pelos psicanalistas Mário e Diana Corso à revista Marie Claire de fevereiro de 2013. Os dois pesquisam as influências dos contos de fadas e do cinema na personalidade; além disso, consideram que a literatura transcende os livros e formatos convencionais. O conteúdo completo ainda não está disponível no site da revista, mas recomendo que quem assina a edição digital ou a impressa, que leia a íntegra, pois vale muito a pena!

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