Frankenweenie (EUA, 2012) é uma das pequenas pérolas de animação que ocasionalmente Tim Burton tira da cartola para a felicidade dos fãs do seu trabalho. As animações do diretor me cativam pelo lirismo com que ele conta suas histórias, pela capacidade de dar toques de humor refinado a temas aparentemente mórbidos e pela sensação passada ao espectador de que se diverte muito imaginando as cenas e situações.
Dessa vez, Burton revisita clássicos do terror ao recriar Frankestein através de um garoto solitário, tímido e genial e de seu cãozinho de estimação. As referências a antigos filmes como Drácula, A Múmia e Godzilla; além da caracterização dos personagens como recriações em stop motion de figuras lendárias nas fitas de terror e suspense de antigamente dão o toque de mestre a essa história delicada sobre a amizade.
A citação ao filme A noiva de Frankestein, de 1935, é só uma das muitas referências aos clássicos do terror presentes em Frankenweenie. Uma delícia para o público mais velho!
O longa é uma refilmagem, ou melhor, é o projeto final, de um curta de 1984. No curta, que é possível assistir pelo Youtube, (em inglês, sem legendas) ao invés de animação, são usados atores reais. Embora a história permaneça a mesma e cative pelo carinho do menino Victor Frankestein por seu cachorro Sparky, a decisão de transformar o roteiro em uma animação e reunir elementos das antigas histórias de terror e suspense deram um charme extra à produção.
O ambiente soturno, a decisão de filmar em p&b e aquela aura gótica e nostálgica que permeia as obras de Burton contribuem para envolver o espectador no clima da história.
Me encantou totalmente, recomendo e dou um DEZ com todas as honras.
Mar de Histórias 