Nasci para ser chamada de Roberta, que é o mesmo nome do meu pai. Ao menos, minha mãe queria que eu me chamasse Roberta e até mandou colocar esse nome naquele diplominha onde é carimbado o pé do bebê.
Meu pai, na hora de fazer o registro, mudou para Andreia.
Na escola, Andreia existia na hora da chamada. A professora de matemática, minutos depois de fechar a caderneta de presença, quando me fazia alguma pergunta – que geralmente não sabia responder, porque sempre fui muito ruim em matemática – só me chamava de Márcia. Eu explicava, “pró, é Andreia”. Ela respondia: “Você tem cara de Márcia!”
No cursinho de inglês um dos professores invocou que eu era Ana Paula.
Na primeira redação de jornal onde trabalhei, havia um jornalista da antiga que só chamava a “foquinha” de Adriana. Um amigo que conheci na mesma redação tascou-me um Drica de apelido e me chama assim até hoje. Não tem quem faça me chamar de Deia ou Dedeca. Usar o nome oficial então, só se estiver p* da vida comigo.
Fazendo entrevistas, na época em que era repórter, as fontes sempre confundiam. Eu dizia, “bom dia, sou andreia santana, repórter do jornal tal”. E do outro lado da linha respondiam: “No que posso te ajudar Juliana” (ou Eliana, Patrícia, Cristina…)
Acontecia o mesmo nas conversas ao vivo.
Ontem ligaram para minha casa procurando por Gabriela. Não era engano, a pessoa queria falar comigo. Já cometeu esse mesmo lapso em outras vezes. Não há jeito dela me chamar pelo nome de batismo, é sempre Gabriela.
Trauma? Já superei e hoje em dia acho é muita graça com tanta confusão. Eu bem que podia ter sido agente secreta. Versão latina de A Identidade Bourne.
De certa forma, aprendi a ser um pouquinho de cada um desses nomes femininos que me dão desde que nasci. Se tenho mesmo cara de Andreia? Não faço a menor ideia. Vou perguntar ao meu pai quando tiver oportunidade. Mas a gente se acostuma com o próprio nome, molda uma identidade para ele com o passar dos anos, se encaixa e vai vivendo, uns dias melhores que outros, mas vai vivendo…
No fim das contas, não é de todo mau ser muitas dentro de uma só.
Pois é comadrica, cada um (a) tem o nome que merece. Eu sou ‘pedaço’.
Você merece o nome de sapo que tem, rsrsrs. Bjos Cacolino
Acho que todos temos algumas histórias engraçadas com nomes para contar, Clarissa. Agora, Pachecão é dose! Rsrsrs Beijos, filhota
Oi Mária, acho que é isso mesmo, não daria certo ter outro nome. Beijos e obrigada!
Adorei o seu texto, Andreia. Bem, como meu nome, Mária, é muito diferente, também me sinto várias, para cada pessoa: Maria, Mariá, Maira, Mara…Mas isso acontece também com as poucas Márias que conheço. Meu pai escolheu esse nome e minha mãe também queria outros: Paula, Fabíola ou Jane. Eu acho que não daria certo. Beijos.
Você tem cara de Andreia, mami! rsrsrs
E me encaixei perfeitamente no post. Nasci para ser Clarissa Maria – ou Maria Clarissa, tanto faz – porque meu pai queria tascar uma ‘Maria’ pelo meio. Minha mãe bateu o pé e disse que não, que de jeito nenhum ele iria “interferir” na criação de Érico Veríssimo. Fiquei sendo Clarissa pura mesmo. Na escola, era Cal, Cacau. No estágio, Pachecão – assim mesmo! Agora, oficialmente, Clara, ou Clarinha. Mas nem insisto mais em corrigir quando a fonte de chama de Larissa, Patrícia, Marisa, Letícia e qualquer coisa do gênero…