“Eu também altero a história”

“A história não é nada, a menos que a gente a possa moldar ativamente. Poucos homens recebem tal oportunidade. Oppenheimer teve sorte. Inventou a bomba atômica. Cristo teve sorte. Inventou uma religião. Maomé também teve muita sorte. Inventou outra religião.  Karl Marx foi sortudo. Inventou uma antirreligião.

Repare nisto: todos que mudam a história o fazem destruindo seus iguais. Hiroshima e Nagasaki, as Cruzadas e a espoliação de milhões de primitivos em nome de Cristo. Pizarro massacrou os incas, missionários corromperam os índios da Amazônia e os negros da África Central. Durante a rebelião taiping na China, morreram mais pessoas do que nas duas guerras mundiais somadas: o líder dos taipings pensava que era uma nova encarnação de Cristo. O comunismo matou milhões em purificações, pela fome, em conflitos étnicos.

Para alterar a história, é preciso matar outros homens. Ou fazer com que sejam mortos. Não sou nenhum Hitler, nenhum Stálin, nenhum Churchill, nenhum Johnson ou Nixon, nenhum Mao Tsé-Tung. Não sou nenhum Cristo, nenhum Maomé. Ainda assim, sou o homem oculto que torna as mudanças possíveis, fornece os meios para os fins. Eu também altero a história.”

(Martin Booth, Um homem misterioso, pp. 86 e 87. Ed. Record, 2010, RJ e SP)

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