Um desabafo…

A grande maioria das pessoas (sempre há as exceções) é nojenta. Critica os hábitos alheios, acha que sabe tudo sobre o comportamento, as finanças e a vida íntima dos outros, se julga no direito de condenar quem não age conforme um padrão pré-estabelecido, mas não olha os próprios pequenos – e grandes – “pecados”.

Ter opinião contrária é outra coisa. Todos temos o direito de discordar, até de tecer um juízo sobre algo ou alguém. Mas condenar, meter o dedinho na ferida que já está sangrando, bater em quem já está no chão, isso é de uma crueldade e de uma mesquinharia atrozes.

Falta a grande parte da nossa “boa sociedade”, a capacidade de colocar-se no lugar do outro – walk in their shoes -, para sentir na carne. Até porque, quem hoje joga pedras também terá, lá um dia (porque o tempo é cíclico e sempre retorna), seu dia de vidraça.

Só queria era saber se metade dessa turma  que mantém o dedo em riste não faz parte, por exemplo, da ala dos que falsificam carteira de estudante para garantir meia-entrada, molham a mão do guardinha para escapar da blitz, não devolvem o troco que veio a mais na nota do supermercado e por aí vai, citando apenas os pequenos delitos, mas que para mim em nada diferem dos políticos que desviam a verba da merenda das criancinhas. Mas dos grandes (crimes), é melhor calar, porque até o mais cínico dos mortais de vez em quando, na companhia do próprio travesseiro, é assaltado por crises de consciência!

Atirar pedras no vizinho é sempre mais fácil, porque a dor é na carne dele e não na própria. Como diz minha irmã: “se metade das coisas bacanas que as pessoas escrevem em blogs, no twitter e no facebook fosse mesmo verdade, a humanidade estaria salva e não em vias de extinção junto com o nosso planetinha cada dia mais doente”.

#Prontofalei