Uns 500 anos depois, retomo a série Filmes da Semana, ainda mais bissexta que de costume. Hipérboles à parte, a verdade é que o tempo anda escasso para botar a filmografia em dia. E 2011, talvez, tenha uma cinematografia menos prolífica, a julgar pelo fato de que só vi quatro coisinhas até agora. Sim, desde que o ano começou! A culpa é da literatura, leio cada vez mais, e da escala de trabalho, que muda em ritmo vertiginoso. Mas vamos ao que interessa… as quatro coisinhas já vistas:
Julie & Julia, 2009, dir. Nora Ephron – Meryl Streep, que dispensa apresentações, e Amy Adams (Dúvida) protagonizam essa comédia baseada em fatos reais da vida da rainha da culinária norte-americana Julia Child e na experiência que uma jornalista – Julie Powell – decide fazer: preparar as mais de 500 receitas de comidas francesas do livro de Julia em um ano, contando o passo a passo da experiência em um blog, que depois virou livro. O filme é leve, Meryl Streep está divertida (embora nada supere sua leveza em Mamma Mia!) e Amy Adams dá conta direitinho de viver uma jovem em crise com a profissão, entediada com o trabalho e desesperada em busca de uma motivação intelectual. A gastronomia é um pano de fundo, literalmente, delicioso, que une as vidas dessas mulheres de gerações diferentes. Nota 8, com muita dignidade.
O pequeno Polegar, 1958, George Pal – Esse eu revi recentemente, porque faz parte do meu imaginário “sessão da tarde” da infância. Na tv, quando criança, perdi a conta das vezes em que eu e minha irmã assistimos esse musical engraçadíssimo, lúdico, solar, baseado em conto de fadas de Charles Perrault. Minha relação é totalmente afetiva com esse filme e ele faz parte do meu acervo pessoal de clássicos imortais. Nota DEZ! E um trecho de São Youtube, para quem não ligou o nome à pessoa:
Além da vida, 2011, Clint Eastwood – Para não dizer que não fui ao cinema esse ano, fui ver o novo filme do Clint Eastwood, que como sempre, me comove. A reflexão sobre a solidão e o anseio humano por explicações para o que nos aguarda do outro lado da vida, se é que existe um outro lado, é tratada com uma sutileza tão grande que se traduz até nos movimentos da câmera do diretor. O filme é tocante e aborda a questão com muita sensatez, mas sem esquecer de deixar espaço para o surpreendente. Clint é um exímio contador de histórias e tem uma capacidade ímpar também de extrair performances notáveis dos elencos de seus filmes. Nota dez, com honra ao mérito!
Percy Jackson e o ladrão de raios, 2010, Chris Columbus – O diretor é o mesmo dos dois primeiros filmes da saga Harry Potter e só comprova que ele é muito bom para cativar o público pré-adolescente e ganhar os pais de quebra. O filme é inspirado em série de livros de aventura que reatualiza a mitologia grega e reconfigura os mitos, transpondo-os para os dias atuais e para uma linguagem mais próxima da meninada de hoje em dia. Inclusive, os dois primeiros livros estão na minha meta de leitura do ano, daí que vai rolar resenha por aqui. A crítica especializada deu uma esculhambada no filme, mas sabe o que eu acho: mau-humor puro de gente de alma velha. O filme é divertido, sessão de domingo gostosinha para ver no sofá com os filhotes. Vi com o meu e nos divertimos bastante. É bem digno porque não tem grandes pretensões, é para entreter e cumpre bem a função. Nota 8 também!
Mar de Histórias 
Oi, Andreia! Se eu revelasse a quanto tempo não piso num cinema, você teria razões de sobra para acrediar que anda com a filmografia em dia, se bem que neste quesito não sirvo, e nem posso servir, de parâmetro. Rs! Abraço.
Tenho evitado cinema também porque perdi a paciência com a falta de educação do público. Numa das últimas vezes em q estive em um, tomei banho de milkshaik pq uma garota achou que a minha cadeira era a lixeira do cine e jogou o copo do Bob´s em mim!