As aspas que nomeiam o post pertencem ao neurocientista Gary Small. Em agosto passado, o cientista deu uma longa entrevista à sessão Vida Digital, da Veja.com. O texto porém, chegou para mim apenas esta semana, de uma forma pouco usual, mas perfeitamente coerente nos tempos pós-modernos. Meu filho de 12 anos foi quem trouxe a entrevista como dever de casa, em um exercício de interpretação, para a disciplina Língua Portuguesa.
Gary Small fez uma pesquisa com voluntários entre 55 e 76 anos. Colocou-os para navegar na internet e monitorou as reações cerebrais, a nível de sinapse neuronal (a conexão entre os neurônios que torna possível a informação “viajar” pelo nosso cérebro, entre outras muitas funções). Descobriu alterações significativas no funcionamento do cérebro dos usuários constantes de computador e internet, algumas muito boas, outras nem tanto.
Pode parecer uma velha novidade ler as advertências e conclusões de Gary. Não é de hoje que se estuda as novas tecnologias e seus impactos no ser humano, tanto do ponto de vista sociológico quanto do biológico, sem contar com todos os estudos de comunicação e cultura entre um extremo e outro.
A principal conclusão da pesquisa de Gary Small diz respeito ao “fosso” entre gerações, que desenha-se em contornos muito pecualiares nesses nossos tempos de navegação ubiqua. Como legítima representante da categoria dos migrantes digitais, entendo na carne (ou nos neurônios), o que o cientista quer dizer.
Para quem não leu ainda, eis o link da entrevista. Vale a pena pensar no assunto.
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Excelente entrevista. Apesar das clara vantagens parece que o excesso de tecnologia provoca stress e danifica circuitos cerebrais…