Linha tênue entre sordidez e crime

Salvador corre o risco de perder a verba do programa federal Minha Casa, Minha Vida, que prevê construção de habitações a preços mais acessíveis para favorecer a população que recebe até três salários mínimos por mês e que, lógico, fica muito aquém do padrão da maioria das construtoras que projetam os mega complexos more, trabalha e divirta-se aqui. O programa é uma forma de ‘desfavelizar’ a cidade, não porque favela é coisa de pobre ou não combina com a paisagem tropical de orla e céu azul, mas  é porque numa favela, onde vivem seres humanos, famílias, crianças, como meu filho ou o seu, não existe condição decente de moradia e todos, independente da cor da pele, da textura do cabelo ou do grau de instrução, merecem o conforto de um teto, mesmo simples, porém seguro e digno, com saneamento básico, luz elétrica, calçamento nas ruas…

O que me leva a escrever este post nas primeiras horas do sábado, são 0h56, acabo de olhar o relógio, é que a cidade corre o risco de perder a verba federal do Minha Casa por inoperância, incompetência, falta de vontade política e mesquinhez da nossa prefeitura municipal. Duvido que seja só incompetência, deve haver também uma dose generosa daquela sordidez inerente à política, em que um partido faz de tudo para atrapalhar as iniciativas de outro. Como o presidente da república  e o prefeito militam em partidos diferentes e como o prefeito e o governador também não comungam na mesma chapa, então faz-se de tudo para boicotar iniciativas que vão ajudar pessoas carentes e que realmente começaram a acreditar que o sonho da casa própria era possível. Fico me perguntando se essas criaturas sabem que já ultrapassaram há muito tempo a linha tênue que separa a mera sordidez política corriqueira e já entraram na esfera de crime mesmo, daqueles hediondos, que são os que constituem roubar os sonhos de alguém!

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2 pensamentos sobre “Linha tênue entre sordidez e crime

  1. a trilha sonora é essa mesma “nos barracos da cidade” e em Salvador ainda podemos acrescentar “nos barrancos da cidade” que disssolvem e desabam…

  2. Nos barracos da cidade
    Ninguém mais tem ilusão
    No poder da autoridade
    De tomar a decisão
    E o poder da autoridade, se pode, não faz questão
    Mas se faz questão, não
    Consegue
    Enfrentar o tubarão

    Ôôô , ôô
    Gente estúpida
    Ôôô , ôô
    Gente hipócrita

    é isso aí, Andreia.

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