Se tem um momento nessa vida que eu lamento ser pobre é quando quero consumir alguma coisa que custa os olhos da cara e percebo que minha conta bancária renitentemente não sai do vermelho. Aliás, ninguém melhor que eu, e toda a minha geração de profissionais liberais que andam de ônibus, para entender o sentido da frase “dinheiro na mão é vendaval”. Nesse caso, o tufão que abala o meu sistema financeiro atende pelo nome genérico, porém com finalidades específicas, de contas. No plural, que é mais doloroso.
O objeto do desejo descreverei logo abaixo. Como todo pobre “intelectualizado” também é mazoquista, darei até o servicinho, para os leitores “ricos” comprarem. Só dispenso a esnobada, por favor! Quem comprar, a menos que seja um amigo próximo disposto a fazer um empréstimo a la Felicidade Clandestina, ou seja, sem prazo para devolução, não precisa humilhar e me dizer que tem um exemplar. O motivo desse drama todo? Livro neh gente, o que mais seria!
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Ele, 0 objeto do desejo:
Quando os Rolling Stones aterrissaram em Copenhague no dia 25 de março de 1965, o fotógrafo Bent Rej estava na hora e lugar certos. Ele era amigo dos empresários locais da banda e por isso acabou sendo apresentado aos Stones, viajando com eles pela Escandinávia. Após a turnê, um dos integrantes da banda, Brian Jones, voltou para Copenhague e se hospedou na casa de Bent, onde o fotógrafo vivia com esposa e filhas. No ano seguinte, Bent visitou Brian em Chelsea.
Em Londres, o fotógrafo tirou uma série de fotos de Brian em sua casa. Ao ver o resultado, que mostrava o músico no seu cotidiano como uma pessoa comum, teve a ideia de repetir a experiência com os outros integrantes da banda. Bill e Charlie aceitaram, mas Keith Richards não tinha uma casa só dele e suas fotos foram feitas numa suíte de hotel. Mick Jagger foi o último a aceitar. Ele não achava bom mostrar astros pop em seu espaço pessoal.
Do ínicio das sessões em Copenhague até maio de 1966, Bent teve acesso privilegiado, como integrante do círculo de amigos dos membros da banda, e acompanhou os Stones na primeira grande turnê pela Europa: a do lançamento de “Satisfaction”.
Pois toda essa história aí acima, diversas outras peculiaridades do início da carreira dos Rolling Stones e mais 300 imagens da vida pública e privada da banda, depois de 40 anos sem que ninguém visse esse material, viraram o livro Rolling Stones – O Começo. Para o meu desespero e de outros fãs mais pobres, essa grandiosidade toda custa a bagatela de R$ 180,00. Covardia maior seria um livro semelhante sobre o David Bowie. Agora, sinceramente, cá entre nós, podia ser beeeeem mais barato esse livro não é não? Fico me perguntando se daria essa grana toda pelo dito mesmo se tivesse sobrando. Hummm…
Servicinho completo:
Rolling Stones – O Começo
Editora: Larousse do Brasil
Prefácio e Comentários: Bill Wyman
Fotografias: Bent Rej
Texto: Richard Ravers
Capa: Tim Foster
Pág: 320
Preço: R$ 180,00
Esse post está hilário (daquele tipo de hilário que a gente ri chorando, se é que me entende)… não gosto da expressão “conta bancária”… a razão deve ser bem óbvia também… E se algum amigo te emprestar, me empresta depois, tá? ;/