O ciúme, já foi dito anteriormente, não é prova de amor. Incentivar o ciúme do parceiro (a), mais do que não ser prova de amor, é assinar atestado de burrice. Os jogos de sedução, que apimentam o relacionamento, quebram a monotonia, etc, são bem-vindos, mas a máxima de que vale-tudo entre um casal é falsa ilusão. Me explico. A provocação, o fazer charminho, tem um limite que deve ser estabelecido pelo casal logo no início da relação. Senão, depois, é machucado na certa. Sabe aquela brincadeira de criança do “eu te coloco um apelido”, “você me coloca outro” e a coisa vai esquentando e chega um momento em que um dos dois amiguinhos sai chorando da brincadeira? Pois é, com os casais acontece algo parecido. “Eu faço charme pro vizinho e você faz charme pra vizinha”, “estimulo o seu ciúme, você estimula o meu”. “Nós dois discutimos, daí nos reconciliamos e a noite vai ser animada”. Vocês tem certeza de que isso é amor? Fiquei me perguntando após conversar com um conhecido. Ele e a namorada estão em crise por causa de ciúmes. Pior, os dois se envolveram numa brincadeira perigosa e agora não sabem sair dela. A namorada monitora o msn do namorado e ele permite. Primeiro erro. Porque msn, celular, orkut, e-mail pessoal, apesar de estabelecerem o nosso contato com outras pessoas, são coisas privadas. Os recados que você troca com seus amigos, de qualquer sexo, na sua página do orkut – embora sejam de leitura pública -, pertencem a você e aos seus amigos. Suas conversas no msn idem. A agenda do seu celular tem os contatos dos seus conhecidos. É você quem controla e não o seu parceiro (a). Mas, isso precisa ficar claro, muito claro, transparente mesmo, no começo da relação. Não caia na tentação de atender ao celular do seu namorado (a) a menos que ele ou ela te peçam para fazer isso. Se você é do tipo ciumento, não se torture, não fique bisbilhotando as conversas. Ele (a) tem direito a ser carinhoso (a) com os amigos (as). E, se você é do tipo carinhoso (a) com os amigos e tem um namorado (a) ciumento, abra o jogo e explique os termos da relação, antes de se ver envolvida em discussões sem sentido porque ao se despedir de um amigo (a) usou termos como meu querido (a), meu lindo (a) ou algo do gênero. Mais até, se você sabe que está envolvido com alguém inseguro e ciumento, ajude a pessoa a superar o problema, ao invés de incentivar a paranoia. Não fale de relações passadas. Seu passado é seu, o namorado (a) não tem nada com isso. É imaturo e até cruel cair na perigosa tentação de inventar situações dúbias para confundir seu parceiro (a). Exemplo: Enviar ou pedir que um amigo (a) envie um email apimentado de propósito, sabendo que o seu parceiro (a) vai ler e que o tempo vai fechar. O que você ganha magoando a pessoa que diz amar? Que forma de amar é essa que ao invés de dar segurança e conforto, estimula o ciúme? Vocês não acham que ser amado com liberdade (não confundir com licenciosidade) é mais maduro, mais agradável, mais bonito do que ser amado através de um sistema de vigilância constante? Certas discussões, boa parte dos rompimentos, podem ser evitados com um gesto simples, diálogo franco e aberto. Ninguém tem o direito de exigir de ninguém que abra mão de familiares, amigos e interesses pessoais em nome de uma relação. Mas, ao construir uma relação, é necessário abrir mão do egoísmo de querer fazer e decidir tudo sozinha (o). Há que se preservar a individualidade de cada um, mas há que se buscar sempre negociar a parceria, para que o conjunto formado entre os seus interesses e os interesses do seu parceiro (a) não entrem em conflito. Muitas vezes, o que começa com uma simples brincadeira de criança, termina com dois amiguinhos muito feridos, muito magoados e ressentidos. Pensem nisso!