Da série Migrações
Escrevi o ‘protexto’ (mistura de protesto com texto) abaixo, no ano passado. Migrei pra cá porque ainda existem baratas infestando meu jardim!
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Não estou falando dos insetos rastejantes, embora eles também mereçam uma morte rápida, com boas e certeiras chineladas. Não usem spray, faz mal para a camada de ozônio! O que pretendo é fazer uma campanha para que em nossos corações, todas as baratas rastejantes, repulsivas e desprovidas de sangue e caráter sejam relegadas ao limbo eterno. Entenda-se por baratas rastejantes, repulsivas e desprovidas de sangue e caráter, aquela qualidade (ou falta de qualidade) de ser humano torpe, egoísta, dissimulado e bajulador que existe neste vasto mundo. Quem de nós não conhece criaturas assim abjetas? Quem nunca teve de conviver ao menos uma vez na vida com seres tão mesquinhos, sórdidos, cínicos? Pois esse tipo de gente existe e infelizmente nos cerca. Gente invejosa até da própria sombra, gente amarga e eternamente desconfiada, que nunca consegue ver boas intenções até na ação mais inocente, justamente por serem incapazes de ações inocentes. Cada palavra proferida por uma barata rastejante é falsa e desprovida de sentimento, daí essas criaturas sempre duvidarem dos sentimentos alheios. Mas repare bem, barata rastejante geralmente é puxa-saco, quase sempre finge-se de preocupada com o próximo, quando sua real intenção é colher informações e assim ter um vasto arsenal para fofocas e outras baixarias similares. Baratas rastejantes estão cobertas de boas intenções, é por isso que todas elas vão para o inferno quando morrem. São espectros de gente, se alimentando do brilho dos outros. Dignas da morte que atende pelo nome de indiferença. Tenho nojo de tal espécie. Não vale mais a pena falar delas, vamos confiná-las ao esquecimento que merecem.